Criada pelos egípcios para aquecer as armaduras dos guerreiros, o patchwork é hoje uma técnica reconhecida mundialmente. O trabalho com retalhos virou obra de arte. Todo o resultado da criatividade dos artesãos pode ser conferido na 16ª Edição da Patchwork Design, que reúne uma feira especializada do setor têxtil e a Contemporâneo – Exposição Internacional de Arte Têxtil, de 31 de março a 2 de abril no Clube Monte Líbano (Rio de Janeiro).
A “Contemporâneo – Exposição Internacional de Arte Têxtil” vai apresentar 78 trabalhos (36 de artistas americanos e oito de brasileiros). As artesãs brasileiras chamam atenção para o desastre ambiental de Mariana ocorrido no ano passado. Cláudia Dias apresenta as obras “Nada Vive”, “Contaminação” e “Mortem”, onde retrata sua indignação com o uso de forma predatória da natureza. Jane Leonetti retrata a tragédia de Minas com a obra “Fragmentos da vida, sonhos e lama” e Maria Lúcia Ázara faz um Tributo ao Rio Doce.
O meio ambiente está também na obra da americana Christina Brown, formada em Gravura e Design Gráfico pela Universidade de Washington, em Seattle. Ela combina o seu amor por cores e pela natureza para criar sua arte têxtil, usando as mídias digitais junto com desenho, pintura, impressão, tingimento e feltragem. Participa também da mostra a artista Sidnee Snell. O trabalho de Sidnee faz parte de coleções particulares e está exposta em galerias, museus e mostras locais, nacionais e internacionais, incluindo o Quilt Nacional 2003. A obra de Ann Johnston também estará presente. Ela é uma das mais conceituadas artistas plásticas especializadas em tingimento em tecido nos EUA, já tendo produzido arte têxtil por mais de 30 anos. Essas são algumas das 78 artistas que marcarão presença na Exposição Internacional. Muitos desses trabalhos fazem parte de exposições Internacionais ou de acervo de museus como o Museu de Artes e Design, em Nova York, o QuiltStudy Center & Museum em Lincoln /Nebraska ou a QuiltNihon no Japão.
“A técnica está tão sofisticada que de longe os trabalhos parecem pintura, quase todas abstratas, mas quando se chega perto pode se ver as costuras e isso surpreendente o espectador”, afirma Zeca Medeiros, curador da exposição.
O patchwork só chegou ao Brasil na década de 60, quando foi descoberta por estilistas e decoradores. Nos anos 90 a técnica ganhou força e hoje o patchwork é cada vez mais reconhecido como obra de arte.
Segundo o curador Zeca Medeiros, “a exposição que completa 16 anos é importante para se fazer uma distinção entre peças utilitárias e obras de arte”.
O evento apresenta também uma feira de serviços e produtos que oferece desde a matéria prima até produtos acabados nos 45 estandes de expositores da indústria têxtil, como maquinários, livros, revistas, tecidos e produtos prontos. Segundo a organização do evento, estão sendo esperados cerca de 9 mil visitantes, 20% a mais que em 2015.
A 16ª edição da feira Patchwork Design vem mais uma vez, reunir micros e pequenas e grandes empresas com os lojistas e o consumidor final, a fim de alavancar direta e indiretamente o volume de negócios do setor.
Vale lembrar que a Patchwork Design também acontecerá em São Paulo nos dias 10 a 12 de março, no Centro de Convenções Frei Caneca.
16ª Patchwork Design / Exposição Contemporâneo
Curadoria: Zeca Medeiros
31 de março a 2 de abril
Clube Monte Líbano – R. Borges de Medeiros, 701 – Lagoa – RJ
Ingresso: R$ 24,00 inteira /R$ 12,00 meia
Horário: 13h às 19h
Mais informações no site: http://www.bializ.com/patchworkdesign/index.php